um exílio não pode ser uma casa

acho que tenho que me permitir pensar positivo. e fazer um balanço dos últimos anos e perceber como as coisas têm melhorado. como tenho me tornado alguém que sabe o que quer. alguém que é dono de si. apesar de todas as adversidades, preciso admitir que muita coisa mudou pra melhor. e que muita coisa ainda pode melhorar. consegui solucionar grande parte dos problemas mais excruciantes com relação a minha sexualidade - especialmente no que tange a meus pais -, estou fazendo o curso que eu quero e tenho perspectiva de terminá-lo logo e tentar uma pós, não sei se as coisas vão sair como eu planejo, mas já estou planejando um rompimento com meu presente, sendo tomado pela vontade de virar tudo de ponta-cabeça, de destruir a estabilidade que eu já tenho e que é só uma pequena estabilidade, mas não é o que eu quero. eu vim pra uma cidade onde não conhecia ninguém, dei minha cara a tapa, eu cresci em muitos aspectos, eu morei sozinho e chorei sozinho e passei por coisas que nem imaginava. mas sinto que está chegando a hora de ir embora desse lugar que nunca foi uma casa, mas um refúgio. sinto que é hora de destruir pra construir de novo. acho que no fim das contas eu sei o que eu quero e estou inquieto. acho que meu lugar não é aqui. mas talvez não seja nem aqui nem em lugar nenhum.

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