pelo direito à imperfeição

saindo com uma outra pessoa, eu nunca tinha me dado conta do quanto sentia falta de uma certa personalidade em você. essa outra pessoa tem até mesmo um comportamento um tanto explosivo e ríspido, coisa que você nunca teve. ele tem um gênio um tanto difícil e isso é ótimo. eu sei que ele não vai ceder a pressões sociais e que não abriria mão da gente como se nunca tivéssemos importado. eu sei que ele é do tipo que luta e briga, ele é intenso, e você sempre foi da turma do deixa disso. seria até bom se isso me completasse, mas na verdade você me cansava. a sua falta de posicionamento me cansava. os problemas que você trazia pro nosso relacionamento me exauriam. eu nunca me senti tão fortemente rejeitando todo o seu mundo cor de rosa como agora, as suas boas intenções e a sua ilusão de harmonia. eu não quero mais viver sob a sombra das suas idealizações de relacionamento perfeito e de vida perfeita, eu quero um pouco mais de humanidade. eu quero abraçar a falha, o equívoco e a intensidade como parte integrante de quem somos, e não tenho pretensões de me livrar deles. eu sou o que me faz imperfeito, eu sou o que me tira do eixo. eu sou a guerra com seus tanques e o pós-guerra com seus tratados de paz também. nem só um, nem só outro. eu não quero você que sonha com tudo tão perfeito e vive se frustrando com a vida, com as coisas, porque elas não são como você quer que elas sejam. eu quero poder confiar em alguém que eu sei que é tão humano quanto eu, e que sabe que a vida é isso: essa bagunça.

Comentários

Postagens mais visitadas