você ainda me deixa triste

você não está mais aqui, mas ainda está. você insiste em existir. você existe na minha cabeça, nos meus medos e nos meus piores pesadelos. você se tornou tudo aquilo que sempre temi. eu amei você tanto, mas sua imagem me embrulha o estômago. eu quero me machucar quando me lembro da sua rejeição. quero bater minha cabeça tão forte contra a cabeça porque quem sabe assim eu não provoco um desmaio ou quem sabe assim eu não me esqueço, quem sabe assim meu cérebro não para de produzir aquelas orações condicionais
e se não tivéssemos culpado os quilômetros
e se não tivéssemos sido orgulhosos
e se você não tivesse me dado as costas
e se você não tivesse feito sua escolha
e se eu não tivesse feito a minha escolha
e se você tivesse lutado para que eu ficasse
em vez de só me dizer que não queria que eu partisse
e se você não tivesse só me provocado dor
e se você se preocupasse com o que eu sentia
e se você entendesse e respeitasse o carinho que queria te dar
e se você não me achasse radical e impulsivo
e se eu fosse mais velho, mais distante, mais frio
e se eu realmente fizesse sentido pra você
e se você realmente me entendesse
e se você realmente sentisse
e se você realmente me amasse

lágrimas rolam pelos meus olhos quando todos os dias respondo educadamente ao meu cérebro que não adianta pensar nessas coisas. essas são perguntas que morrem sem uma resposta. nenhum poema entra em um coração fechado. nenhuma declaração. amor nenhum. mesmo que estivesse fechado só pra mim, como você me contou. eu jamais pularia o muro. eu jamais romperia essas grades. o jovem radical e impulsivo só te assiste partir, contrariando todas as expectativas.

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