só sei falar da minha miséria

mais uma vez, venho repetir as mesmas frases batidas que repito há meses, desde que resolvi assumir pra mim mesmo que não havia mais sentido algum em ficar com você, empurrar com a barriga aquela nossa relação que não era nada, mas que era tão importante pra mim, sustentar uma relação que não tinha forças pra ficar de pé sozinha porque não tinha estrutura nenhuma, e eu virava naturalmente um apoio pra nossa relação, enquanto você estava mais para um muro, nos separando. ando repetindo as mesmas coisas desde então e peço desculpas aos eventuais leitores desse texto, por ser assim, tão previsível. mas eu não sei ser diferente agora. não sei falar de nada além da minha miséria. não sei, não quero, não consigo.
vai ser assim até que eu compreenda a quem preciso perdoar. se é a mim ou se é  a ele. se devo me perdoar por ter me anulado tão irresponsavelmente ao me colocar em uma situação evidentemente nociva pra minha alma, tenho a alma de uma pessoa já muito fraturada pela vida e sou muito mais fraco hoje do que antigamente. ou será que devo perdoá-lo por fazer exatamente o oposto do que eu esperava de alguém que me amasse. por demonstrar subitamente em cada ação como, na verdade, desprezava a minha existência. rejeitava os meus sentimentos.
é na guerra que conhecemos um ao outro, nunca no amor. no amor conhecemos as facetas mais toleráveis de cada um. mas é a guerra que faz cair por terra qualquer fino traço de civilidade. não tivemos nada perto de uma guerra, mas também não precisamos. você me machucou muito antes. eu não queria uma guerra você. eu queria bandeira branca, paz e o seu amor, mas você não quis confiar na gente.
eu vivi dias tensos de conflito. e hoje sou assim, tão previsível. e minha alma é desse jeito, fraturada.

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