A chuva voltou

hoje eu gastei dez reais em palha italiana. hoje, depois de sei lá, uns três meses, finalmente choveu e não foi pouco. choveu uma chuva que me fez esperar mais de uma hora debaixo da cobertura do restaurante universitário. eu decidi que não queria ir embora pra casa e que daria uma volta, afinal, fazia tempo que não chovia e eu estava mesmo com saudades da chuva. e com saudades de mim, de você.

debaixo daquele projeto de temporal, caminhei em direção aos lugares em que sempre que estou perto meu coração palpita um pouco mais do que o normal, que são geralmente lugares em que você está e eu te vejo, você geralmente está estudando ou lendo um livro ou só conversando com alguém que você conheceu ou já conhecia. sei os seus lugares de estudo preferidos de cor e sempre busco por você neles. mas não à toa, escolhi uma sexta-feira à noite chuvosa para voltar lá, onde você geralmente está, mas eu sabia que você não estaria, não dessa vez.

então eu sentei e esperei. esperei bastante, mas não contei o tempo, esperei o suficiente para me cansar, esperei o suficiente até entender que você nunca viria, que nunca voltaria, nunca me veria, você estava simplesmente muito longe para se preocupar, distante demais para me enxergar e ainda que me visse não se arriscaria entrar debaixo da chuva só pra me tirar debaixo dela porque posso pegar um resfriado na manhã seguinte ou simplesmente porque vou me molhar.

eu precisava desse momento pra entender que por mais que eu quisesse te esperar, ia ser inútil, ia ser uma grande perda de tempo. depois eu me levantei e fui embora. ele não vai chegar. ele não vai vir nunca.

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