é a mim que eu preciso desesperadamente perdoar

é que eu estou aprendendo a viver com essa dor. já entendi que ela não vai me matar. já aceitei que não vou morrer de desgosto. que não vou morrer dessa angústia que me faz não gostar tanto assim de mim. porque sempre que me lembro como você não me amou, eu choro um pouquinho. sempre que eu lembro como você me diminuiu, eu choro um pouco mais. sempre que me lembro como pra você meu maior defeito era te amar, eu sinto pena de mim. e não sinto qualquer compaixão. é só pena. pena por conseguir amar alguém cegamente desse jeito e não receber nada de volta.
eu te dei um poema. eu te dei chocolates. eu te dei meus dias, tardes e noites. eu te dei meu carinho, porque você era carinhoso comigo também. acordar com seu bom dia era como um ritual. eu me acostumei com a sua presença e com seu afeto. eu gostava tanto de você que me imaginava dormindo com você, abraçado. e essa imagem me confortava durante a noite. eu me entreguei pra você. e achei que você estava se entregando também.
como me perdoar por ter sido enganado? como seguir em frente se de mim só sinto pena? como me desculpar por ter sido tão ingênuo em acreditar que poderia ser amado por você?
eu ainda estou pagando por esse erro. porque ainda dói. ainda me deixa triste e me puxa pra baixo. ainda é um lembrete do quanto não fui suficiente e que ainda não me vejo como digno de perdão. mas estou aprendendo a conviver com essa dor.
(quando lembro dos tempos difíceis que estão por vir, que deixa todos nós muito tensos com um candidato fascista liderando as pesquisas, me sinto solitário,  derrotado e ainda mais triste. e só penso que gostaria de viver esses tempos difíceis com você. nós dois. de mãos dadas. juntos. se apoiando pra sempre. em vez disso eu não tenho ninguém e não tenho nada além de um coração partido e um presidente que me odeia).

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