queria que fôssemos grandes

hoje eu só tenho a dizer coisas breves. a primeira é que faço uma promessa a mim mesmo: se ninguém me amar até os meus 30 anos, então adotarei uma criança. e vou dar pra essa criança todo o amor que um dia sonhei receber. todo o amor do qual me verei cada vez mais distante de viver. eu me imagino sentado com ela numa quinta-feira à noite, exausto do meu trabalho, mas com paciência pra ensiná-la caligrafia. os números. o alfabeto. pra ensiná-la empatia e também aprender com sua visão de mundo. se ninguém me amar até os 30, então o amor que eu me proponho a dar é quem pode, quem sabe, curar essas cicatrizes. e se eu não encontrar quem queira receber esse amor, então nada mais justo que dá-lo a quem realmente precisa.

essa é minha promessa a mim mesmo.

é engraçado como eu amo você muito menos desde a nossa última grande conversa. é um alívio perceber que eu nem te amo tanto assim e que minha vida acabaria por seguir normalmente sem você, talvez em tempo recorde. isso não faz jus à importância que você teve pra mim.

se dependesse só de mim, nós seríamos grandes. 
nós viveríamos um afeto que não se pode medir em palavras.

é.

mas como foi triste perceber que eu não podia amar você daquele jeito.
e ter tido que trancafiar meu amor num porão.
onde você não pode vê-lo ou encontrá-lo.
estou me escondendo de você.
isso não tem como acabar bem.

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