De todas as cores, menos o cinza

Lembrar dele não era laranja e não me arrancava sorrisos. Não imaginava a vida com ele da cor da natureza, tampouco a imaginava vermelha como a paixão. Lembrar dele era melancólico, mas não havia nada de azul estrelado na maneira como dirigia seu olhar a mim, o amor dele não era preto nem branco. O amor dele era cinza.

Consegue imaginar um amor que seja cinza?

O preto e o branco são extremos da mesma natureza, posicionam-te em algum lugar com relação ao resto. Mas o cinza, onde se coloca o cinza? O cinza é o meio, tão indiferente que te dói no fundo das entranhas. O preto e o branco despertam rejeição ou aprovação, há quem goste de um, quem goste de outro e quem goste dos dois. Mas quem chamará o cinza de cor favorita?

E quando for preciso descrevê-lo, direi que o amor dele foi cinza. Mas como assim um amor cinza? Eu também não sei explicar. O cinza é apenas o cinza.

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