não te vejo no fim do mundo

o fim do mundo é exatamente como eu esperava. com os seus ventos que sopram em fúria e castigam aqueles que se metem no seu caminho. com suas montanhas gélidas que se impõem na paisagem e no cotidiano, lembrando a todos: vocês são pequenos. no fim do mundo, cada rocha conta os detalhes de uma erosão, a sua tragédia. e aqui eu me lembro: eu sou apenas uma rocha. e esta tragédia é a minha. é assim há muito tempo e não ouso questionar.

o fim do mundo nos transforma e nos revela. uma vez que você o vê, uma vez que você o aceita… nada nunca mais será como antes. não posso mais disfarçar que sou o tipo de pessoa que vai embora. eu descubro que não caibo na sua vida e que estou em paz com isso. de tempos em tempos, é preciso deixar que o fogo queime, que o mar expire. de tempos em tempos, é preciso desistir de tudo. de tempos em tempos, é necessário que o mundo acabe.

não vejo você no fim do mundo. aqui é exatamente onde eu queria estar.

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