a contradição do sujeito

o meu passado é covarde, ele me volta com promessas e me cochicha no pé do ouvido. eu mal escuto o que ele diz, mas eu gosto da sensação, e de receber essa atenção. ele flerta comigo e sabe como me envolver. o meu passado já me viu no meu pior e sabe que sou fraco. ou pelo menos entende quais são as minhas fraquezas, como deve fazer para baixar minhas guardas, o meu passado entende que eu não sou tão duro como gosto de fazer parecer. o meu passado me volta porque sabe que eu dou permissão.
eu preciso que você me segure mais forte. eu não quero voltar ao passado, eu sei que ele não é confiável e lembro muito bem das coisas que passei, obrigado. mas isso não significa que eu não vá escutá-lo. ainda que eu não acredite mais nele, quero ouvi-lo sussurrando besteiras no meu ouvido. pelo simples prazer de tê-lo por perto.
preciso que você me segure mais forte.
sei que não vou fugir, mas é melhor me segurar mais forte. assim eu me sinto protegido. assim eu não me sinto indefeso. quero brincar com fogo, mas não quero me queimar. quero flertar com o passado sem estragar o meu presente. e o meu presente é você. e eu sempre escolheria você. porque você nunca me diminuiu como o meu passado fez. e porque eu gosto tanto de você. e porque seus valores são tão mais sólidos. é com você que eu vejo meu futuro.
mas o meu passado não presta. e acho que eu gosto disso também.

Comentários

Postagens mais visitadas