Considerações finais

(por sorte
nesse momento
eu sou exatamente quem eu queria ser
independente de ter um ou mais corações partidos)

você terminou comigo porque, segundo você, tinha carinho demais por mim pra se perdoar se um dia me machucasse. aceitei a sua justificativa por alguns instantes, não questionei porque estava ocupado demais assimilando que você estava terminando, ocupado demais segurando aquele copo de cerveja com força como se ele de repente também tivesse manifestado o desejo de me deixar, não enunciei meu estranhamento com a justificativa porque me faltava experiência e me faltavam argumentos pra te rebater de imediato e porque não gostaria de te rebater, não gostaria de insistir em algo que você não quer mais ver crescer. mas fiquei pensando se relacionamentos não são sobre isso, sobre riscos. se não podemos sair machucados a qualquer altura deles, seja no início, alguns meses depois ou anos depois. não estamos sempre correndo o risco de nos magoarmos? não estamos sempre nos magoando e depois lidando com isso, pedindo desculpas (ou não pedindo) e aprendendo com nossos erros (ou não aprendendo)? se somos humanos, não somos perfeitos, então sim, talvez você me magoasse. ou talvez eu te magoasse em algum ou em mais de um momento. você preferiu me preservar, é legítimo, mesmo que eu tenha deixado claro que não preciso que me preservem por mim, que sou dono de mim mesmo e sei muito bem verificar quando é a hora de parar, obrigado. com o tempo vou entender que foi melhor assim. sei que a questão não sou eu e que você tem seus problemas mal resolvidos consigo mesmo. você preferiu me preservar, já que infelizmente não pode se preservar de si mesmo. e esta é uma luta árdua que a gente quase nunca vence...

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