A independência de Gaia


I
Homem que vive agora,
um dia evapora?

Homem que sente fome,
que fará da sua grandeza?

Homem, você que consome,
quem lembrará seu nome?

II
Eu sou feito de carne.
E sei bem o destino da carne.
E, se no fim das contas apodrece,
de que serve deixar registro, no fundo?

Escreve sem licença para escrever.
Escreve sem se preocupar em deixar marca no mundo.
Que o mundo continua e nós não.
Nem só ao homem que se resume a criação.

Pois chegará o dia do último homem nascer!
Ele assistirá aos últimos dias da humanidade,
sepultará nossas ganas de imortalidade.
Estará morto antes mesmo de morrer.

III
E a vida na Terra, meu bem,
veja muito bem,
continuará a florescer.

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