Entre dois pulmões


Finjo não saber
o que há entre dois corações
além do vazio de baterem no mundo.

Finjo não saber
o que há entre dois pulmões
além do vácuo, da carne, do sangue.

Não se zangue
se eu disser alto
que já não me basta
escrever.

Mil poemas
mil morfemas
não são suficientes.

Eu, que quero tanto deixar as algemas,
Eu, que fui tantas vezes um inconsequente,
prometo nunca mais amar de novo,
se amar é nunca estar contente.

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