O que é a fidelidade?


Alguém fiel, de acordo com o Dicionário Online da Língua Portuguesa, é alguém que cumpre seus contratos e suas promessas. E é o que muitos de nós buscamos em uma pessoa: Constância, fidelidade, confiança.

Confesso que nunca entendi traição. Como a pessoa que jurou no altar, na frente do padre e uma cambada de gente, que amava a esposa consegue cometer esse tipo de grosseria? Que atitude ofensiva. Eu diria no auge dos meus dez anos que apenas uma pessoa sem coração faria esse tipo de coisa. Em alguns casos, não é bem assim.

Hoje dou outra resposta. O problema não é só a infidelidade. O problema é que nos relacionamos do modo errado.

Já vou deixando bem claro que não estou defendendo de maneira alguma os "traidores" (odeio que façam as coisas pelas costas, por isso prezo o diálogo), mas falta algo essencial nos nossos relacionamentos, algo que pensamos que temos. Uma análise mais profunda é necessária.

Falta a liberdade.

As pessoas procuram exercer controle sobre o parceiro nos relacionamentos, mesmo que com discrição (o que é admirável). Há quem bisbilhote o celular do namorado(a), ou morre de ciúmes quando ele(a) fala muito com alguém do sexo oposto (e não esquece de maneira alguma de tirar satisfação), há quem todo dia sufoque fulano com perguntas do tipo você me amará para sempre?, enfim, muito controle e mesmo assim, pouca segurança. É quase um padrão. O que é que está errado, afinal?

Já colocando uma questão pessoal: Fico afoito quando percebo que um casal tem um a senha do outro no Facebook. Prova de confiança, blá, blá, blá. Confiança? Aqui, ó!

Acontece que idealizamos muito. Fomos presos às histórias de conto de fadas e não estamos dispostos a sair. Nos esquecemos das nossas raízes. Nos tempos pré-históricos, não existiam casamentos bonitinhos. Era sexo selvagem e procriação, não com uma pessoa só, mas com várias. Parece horrível? É, até concordo, mas concordando estou sendo um pouco anacrônico.

Volto a dizer: Não estou defendendo a traição, apenas buscando uma análise mais profunda. É quase impossível manter um relacionamento de vários anos com total estabilidade. Do passado pode-se tirar exemplos de casais idosos muito fiéis até a morte, mas no tempo em que eles viveram, meu amigo, era bem diferente. Divórcio era algo muito complicado, o que forçava um entendimento entre o casal (o que nem sempre é viável, mas é muito bom tentar). Talvez ele tenha batido nela, talvez ela fosse cachaceira, talvez ele chegasse em casa apenas de madrugada e talvez ela fosse uma mulher desesperada e tenha traído ele muitas vezes, mas superaram tudo isso juntos e nos deram, no final, um exemplo de fidelidade (há também a hipótese de serem completamente infelizes, mas continuarem juntos por falta de opção). 

O que quero dizer é que relacionamentos não são fáceis, passam mesmo por altos e baixos. Amor não é essa coisa estável, exceções são exceções. Não se pode evitar que o parceiro olhe para a bunda de fulana, às vezes é realmente um acidente, um reflexo. Falta um pouquinho de compreensão. Não prenda quem te ama, é um erro grave. Quando se prende, se perde a paciência, a amizade e a capacidade de diálogo, a liberdade, a dignidade, então... parecemos obsessivos e é questão de tempo até que percamos tudo. 

Resumindo: É melhor que amor e liberdade andem juntos. Senão, é melhor deixar ir.

Obs: Infidelidade abrange vários campos, mas aqui abordei apenas um, ok? Um abraço.



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