Boiando no ar

O tempo passa todo lento,
minhas lentes se perderam ao vento,
eu mal posso enxergar.

Vento que bate portas e fecha janelas,
eu não tenho paciência pra esperar,
o que não tiver de ser, não será.

Estranho é o sentimento
que me puxa pra dentro,
mal sei me expressar,
sinto-me como boiando no ar.

Pergunto-me que tipo de gente sou,
debaixo da minha manta
ainda sou uma criança.

O rosto inchado estava na previsão,
como esse vazio no busto
que não sai a nenhum custo.

Chove dentro de casa,
goteiras me deixam louco,
escorrem por todo o meu corpo,
quero que estrague de tudo um pouco.

Estou protegido de todo o mal,
bem debaixo da minha manta,
enxugando lágrimas,
boiando no ar.

Será que quero mesmo estar aqui?
ou será que debaixo da minha manta,
o tempo todo,
eu não estou apenas sem ter pra onde ir?

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